Reaproveitamento de material de roçagem é usado para nutrir e proteger as árvores da cidade

Mais nutrição e menos poluição. Esta é a base do método que A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), utiliza durante as roçagens e manutenção de paisagismo da cidade. Ciclagem é o nome da técnica que consiste na utilização de restos de materiais vegetais para proteger e aumentar a nutrição do solo e que passou a ser adotado.

É possível perceber esse tipo de cobertura de solo sobre as raízes de árvores plantadas na avenida Marquês de Herval e nas proximidades do elevado Daniel Berg, por exemplo.

“A princípio, estamos utilizando o material vegetal produzido na roçagem feita na própria área onde as árvores estão plantadas. Ou seja, ao invés de colocarmos os restos de galhos e folhas em sacos plásticos, os reutilizamos como adubo e proteção”, explica o diretor de áreas verdes públicas da Semma, Kayan Rossy.

Segundo ele, a técnica possui benefícios além da redução do uso de plástico e produção de resíduos. “A ciclagem de nutrientes desonera a secretaria com a compra de adubo e terra preta, retém a umidade no solo por mais tempo e protege a árvore contra a ação humana que costuma transformar as raízes em lixeiras ou banheiros”, pontua.

Quintal

O professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) Cândido Ferreira, destaca que a técnica pode ser usada também nos quintais. “Ao invés de jogar fora as folhas e galhos que caem, podemos separar esse material para fazer compostagem ou ser colocado na superfície do solo como cobertura morta”, ensina.

Cândido destaca ainda, que por conservar a umidade do solo por mais tempo, a técnica de cobertura vegetal contribui para diminuição no número de regas e consequentemente economizando o desperdício de água e reduzido a mão de obra.

“Além disso, existe um redução das temperaturas do solo. Esse resultado foi testado em área da Ufra com grupo de pesquisa EBPS e verificou uma diferença de até 12° C de um solo coberto e não coberto com material vegetal. Essas temperaturas do solo é de grande relevância, pois muitas plantas a temperatura ideal do solo para o crescimento e germinação varia entre 23 e 30° dependendo da espécie”, atesta o pesquisador.

Texto:
Aycha Nunes