A área verde reservada à implantação do Bosque, criada através da Lei nº. 624, de 22 de setembro de 1870, e sancionada pelo Governador Provincial do Grão Pará, Abel Graça, foi destinada
pela Câmara Municipal. O local era conhecido como Bosque do Marco da Légua.
O Bosque Rodrigues Alves foi inaugurado como Parque Municipal em 25 de agosto de 1883, com uma área de 15 hectares. Ele foi inspirado aos moldes do “Bois de Bologne”, uma área verde localizada em Paris/França. O Bosque abriga uma importante diversidade de espécies da fauna e flora do ecossistema amazônico.
A história do Bosque Rodrigues Alves é marcada por várias reformas. A mais importante é creditada a Antônio Lemos, intendente da província entre 1897/1912. O intendente teve papel definitivo para a definição urbanística de Belém. Em 1900, Lemos decide pela realização de uma grande reforma do Bosque, que incluiu os monumentos das grutas, riachos, cascatas e viveiros. Eduardo Hass, diretor do Bosque na época, e o arquiteto José Castro Figueiredo foram os responsáveis pela empreitada.
Erguido em frente à ferrovia Belém-Bragança, que ligava a capital ao interior, o Bosque Rodrigues Alves ganha seu nome definitivo em 17 de dezembro de 1906, através de uma resolução do Conselho Municipal. O nome é uma homenagem ao correligionário de Lemos, o então Presidente da República do Brasil, Francisco de Paula Rodrigues Alves.
Em julho de 2002, o Bosque recebeu da Rede Brasileira de Jardins Botânicos o registro provisório de Jardim Botânico da Amazônia na categoria “C”, que o coloca entre os 1.846 jardins botânicos distribuídos entre 148 países do mundo, responsáveis por mais de quatro milhões de coleções de plantas vivas, e lhe confere a responsabilidade de promover o conhecimento por meio da educação sobre a flora amazônica visando a conservação das espécies da região.
Além de sua importância como um fragmento florestal, o Bosque ao ser idealizado em meados de 1900 também previa a implantação de uma coleção representativa da fauna. Com o passar dos anos, a fauna foi direcionada para representantes da Amazônia.
Em 2008, o Bosque Rodrigues Alves recebeu do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) o certificado de Jardim Zoobotânico da Amazônia, o autorizando a funcionar como Jardim Zoológico, conforme a Lei da Fauna n° 5.197de 1997 e Licença de Operação n° 001/2008.
O Bosque é ainda um dos principais laboratórios do mundo e guardião de uma coleção de plantas vivas representativas da flora amazônica, que contribui para recuperação e/ou restauração de áreas que tenham perdido sua vegetação por qualquer ação, por meio da produção de sementes e mudas de plantas amazônicas.
Esse aprazível e bucólico espaço verde, formado de mata nativa, transporta para o centro urbano uma mostra da floresta amazônica inferindo-se, desde sua criação, como espaço de lazer e descontração, para o usufruto do cidadão.
O Bosque Rodrigues Alves Jardim Zoobotânico da Amazônia tem ainda como objetivo o compromisso com a pesquisa, conservação e a educação ambiental, preparando as gerações presentes e futuras para um mundo melhor, ecologicamente mais equilibrado e mais justo econômica e socialmente.
De acordo com inventário realizado em 1998, no local existem 4.987 árvores divididas em 309 espécies. Dessas, 94% são nativas.
Além da flora, o espaço abriga 435 animais, distribuídos em 29 espécies que vivem em cativeiro e outras 29, em liberdade ou semi-liberdade. Entre os animais estão, o peixe-boi amazônico, jacaré, tartarugas, jabutis, araras e macacos.